:: Marte vs Plutão — parte 1/3
- Vanessa Assunção
- 13 de ago. de 2020
- 5 min de leitura
Atualizado: 20 de ago. de 2020
— O Primeiro Confronto e a Transmutação da Voz Individual
O Equinócio da Primavera de 2020 trouxe uma conjunção tripla de Marte, Júpiter e Plutão aos 25º de Capricórnio, a 23 de Março.
Aqui iniciaram-se 3 novos ciclos entre eles — os ciclos de Marte com Júpiter e com Plutão (ca. 2 anos) e o ciclo de Júpiter com Plutão (ca. 12 anos).
Esta conjunção marcou a intenção evolutiva para estes ciclos que, com a entrada temporária de Saturno em Aquário nessa mesma altura, nos pediu para rever e expandir os horizontes dos nossos objetivos a longo prazo, para além de restrições antigas.
Por outras palavras, é a força potencial (Plutão) que o Universo nos dá agora para sonharmos (Júpiter) mais alto e para além das limitações que têm sido impostas por nós próprios (Marte) e pelas convenções sociais (Capricórnio).

O velho mundo patriarcal (Capricórnio) está a ruir e com ele as nossas próprias crenças que dele foram herdadas. Temos agora o impulso para nos ajudar a lutar (Marte) pelos ideais e sonhos (Júpiter) que temos guardados no baú do Medo (Plutão), o baú dos "impossíveis".
O movimento de Saturno por Aquário, de 21 de Março a 1 de Julho, inspirou-nos a dar os primeiros passos para re-construção (Plutão) da nossa Realidade e das Crenças (Júpiter) que sustentam a nossas Rotinas e Relações, durante os retrógrados de Vénus por Gémeos e Mercúrio por Caranguejo.
Durante esse período, Marte atravessou Aquário (Liberdade/Objetividade) e Peixes (Desilusão/Inspiração), tendo ingressado em Carneiro (Independência/Novos começos) a 28 de Junho, com Vénus a estacionar direta.
Chegamos agora à primeira quadratura de Marte com Plutão — a primeira das 3 entre estes dois e a primeira das 9 entre Marte e os Titãs que ocupam ainda o signo Capricórnio. Estas diferentes quadraturas vão ser alternadas daqui até Janeiro de 2021, requerendo diferentes acções da nossa parte.
No ciclo evolutivo zodiacal, a primeira quadratura (90º) marca a transição entre duas fases bem diferentes entre si, os dois quartos de ciclo que formam a primeira metade crescente.
Aqui dá-se um movimento entre uma energia Yin (interior, de reflexão) e uma energia Yang (exterior, de acção). Aqui, vamos ser incentivados a agir de acordo com a digestão e reflexão fizemos sobre as experiências que vivemos e as reacções que recebemos às nossas acções impulsivas no período inicial do ciclo (desde final de Março até final de Maio).
Esse período de digestão (de início de Junho até ao presente) culmina agora com Marte a atingir os 24º de Carneiro. Ora, esta transição já traz naturalmente à tona Medos face à nova Acção a iniciar — medo de falhar e medo de voltar atrás, ser re-absorvido por forças maiores que nós — medo de perder o sentido de Identidade recentemente adquirido.
Nesta etapa assiste-se tipicamente a uma acção hesitante — um impulso forte em agir alternado com um retrocesso à antiga zona de segurança que é sentido esse medo.

Tratando-se aqui de Plutão, a intenção é transmutar velhos padrões mentais e emocionais que defendem aquilo que inconscientemente agarramos como garantia de segurança. O principio evolutivo de Plutão traduz um carácter provisório em qualquer coisa em que projectemos a nossa segurança fora de nós — quando estamos demasiado confortáveis, chegou a hora de largar.
Marte em retrogradação a coincidir com esta passagem, fazendo com que não tenhamos apenas uma quadratura exata, mas três, acentua e potencia esta hesitação, e dá mais volume aos medos que logicamente acompanham qualquer nova aventura.
Mas, tal como tudo o que existe no Universo, isto não é um mero acaso ou uma chatice adicional para nos piorar as coisas — aqui reside uma ajuda brutal para que a transmutação seja feita à séria.
Marte retrógrado no final do primeiro quarto do seu ciclo de 2 anos com Plutão vai levar-nos às entranhas, vai dar-nos o recipiente para purgarmos tudo que está em decomposição naquele tal baú, vai mostrar-nos muito bem os dragões do passado que nos prendem os pés, para que não sobre nada a não ser quem realmente Somos e o que realmente queremos.
Mas vai dar-nos também a Coragem (Marte em Trígono ao Sol em Leão na primeira quadratura) para finalmente falarmos e agirmos com a nova pele que estamos a formar, com o atrevimento típico de Carneiro.
E vai fazê-lo em 3 etapas. Com tentativas e erros. Com sucessos e retrocessos. E tudo faz parte. Estamos só a tirar as rodinhas à bicicleta, e um joelho ou um cotovelo esfolados fazem parte, certo?
Ora então o que isto significa assim em termos mais específicos?
Vamos voltar um bocadinho atrás à ultima semana de Março, à conjunção original e ver que outros atores secundários estavam por lá a compor o cenário e a passar mensagens auxiliares.

No dia 23 de Março tinhamos, para além de Marte, Júpiter e Plutão aos 25º de Capricórnio:
a) Vénus aos 19º Touro, em trígono à dita conjunção dos titãs — voltar ao Essencial, aos nossos Valores Pessoais e aos simples Prazeres sensoriais;
b) Saturno no 1º de Aquário em quadratura a Úrano em Touro — libertar os traumas emocionais acumulados no Corpo Físico e rasgar as limitações convencionais para assumir as Necessidades Pessoais;
c) Sol aos 3º de Carneiro em conjunção a Chiron e à Lua Negra Lilith, todos em quadratura ao Nodo Norte em Caranguejo — integrar as nossas feridas de desadequação, a nossa diferença e a nossa raiva, trazendo-as à consciência para conseguir sentir em Vulnerabilidade e Conectar com o que nos traz segurança Emocional;
d) Lua conjunta a Neptuno aos 19º de Peixes, em sextil à conjunção em Capricórnio e à Vénus em Touro — sentir e digerir as memórias e comportamentos do passado que nos mantêm numa Ilusão de segurança, e reconstruir as zonas de segurança que nos permitirão crescer enraízados na nossa Essência Pessoal;
e) Mercúrio aos 6º de Peixes em sextil a Úrano em Touro e em trígono ao Nodo Norte em Caranguejo — receber e ouvir as mensagens trazidas do Inconsciente que nos renovam a Fé e Inspiram para estabelecer Conexões que nos alimentem o Coração, e desenvolver formas de Comunicação não verbal que nos liguem à Inteligência dos ciclos Naturais da Vida.
Temos então os ingredientes que compuseram a intenção original das 3 quadraturas que vamos agora experienciar.
Estes ingredientes devem formar as questões a fazerem a vocês mesmos para perceberem em que ponto do processo estão nas dinâmicas onde isto atua na nossa vida pessoal.
Que padrões vos prendem a Vida? Que pensamentos vos estrangulam a Voz? Que mágoas vos prendem os pés?
Vamos atravessar uma fase de profunda reflexão e ponderação, mas que deve ser acompanhada pelos primeiros passos e pelos primeiros ensaios. É um período de Purga de Crenças Velhas e Desatualizadas (Marte quadratura Júpiter), ao mesmo tempo que se deixam ruir as Estruturas que formam as Prisões Interiores (Marte quadratura a Saturno), enquanto enfrentamos as nossas próprias fugas e compulsões (Marte quadratura Plutão) — o resultado será a verdadeira Liberdade — a liberdade de Ser.
Todo este trabalho se torna mais fácil quando conhecemos o nosso mapa pessoal, ao conseguirmos dar cara a estas ideias mais abstratas que se relacionam simultaneamente em diferentes frentes.
Relembro que as leituras astrológicas estão em promoção até ao final deste mês de Agosto — esta foi uma iniciativa que me chamou por perceber o ponto pivotal em que estamos a entrar e o potencial de perceber o mais cedo possível onde estamos a ser chamados a resolver a nossa vida.
O último quarto deste ano vai trazer muitos desafios que irão culminar na Grande Conjunção de Saturno e Júpiter a 21 de Dezembro, em quadratura a Úrano em Touro (conjunto à Lua Negra Lilith) — o culminar e libertar de toda a tensão acumulada ao longo deste ano.
Quanto menos tensão levarmos acumulada até essa altura, menos violento será o impacto. Quantos mais nós desatarmos e mais bagagem largamos, melhor vamos conseguir usar essa energia de Libertação para construir os resultados que tanto queremos e tanto sonhamos — e entraremos no novo paradigma renovados e em maior segurança.

por Vanessa Assunção
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