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:: Mercúrio em Leão (06.08 - 19.08)

Atualizado: 6 de ago. de 2020

— Combustão Mental para a Libertação Emocional



"A fundação da minha vida está a expandir-se. Estou a aprender a curar o meu passado. Estou a aprender como ocupar o espaço que preciso, mas que tenho sentido não ter o direito a ocupar. Estou a aprender que a única forma de fazer isto é ser completamente, implacavelmente e resplandecentemente Honesto comigo mesmo."




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Na preparação para os ingressos em Aquário no final deste ano, é vital que aprendamos a ser mais flexíveis — firmes em nós, mas adaptáveis às circunstâncias exteriores.


Os próximos dois meses são uma oportunidade para treinarmos os primeiros passos — os planetas coletivos estarão retrógrados ou na sua sombra (Úrano estaciona rx a 16.08), e Marte estará já na sua pré-sombra.


As dinâmicas dos planetas maiores continuarão em plano de fundo de forma mais passiva, quando os Luminares (Sol & Lua) e Mercúrio & Vénus — os atores principais até ao final de Setembro — interagirem com eles por aspetos.


Podemos visualizar esta dinâmica como uma peça de teatro onde todos os atores pausam as suas actuações, permitindo que Mercúrio e Vénus refinem os seus papéis e os seus diálogos para quando a peça retomar, onde as interações dos outros atores já não lhes permitem diálogos privados.


Entre estes dois arquétipos, os diálogos centram-se na relação que existe entre o nosso Valor Pessoal (Vénus) e o que escolhemos percepcionar da infinita informação (Mercúrio) que nos rodeia; no poder magnético (Vénus) dos nossos pensamentos (Mercúrio); nas formas de comunicação não verbal (Mercúrio) que se criam quando emanamos a nossa fragrância pessoal (Vénus); e no poder pessoal (Vénus) que cada um de nós tem para mudar a realidade, que advém de comunicarmos a nossa Verdade (Mercúrio).

Estes diálogos serão mediados por Marte, já na pré-sombra, que estará a garantir que este Renascimento de Vénus, através da sua nova relação com o Mensageiro, mantém o foco inicial — aprendermos a comunicar a partir do Coração com Assertividade e a encontrarmos o nosso novo papel no coletivo que reflete a nossa Individualidade mais genuína. Este papel não tem de ser transcendental, pode ser tão simples (e complexo) como sermos fieis a nós próprios em cada interacção na nossa vida diária.


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A expressão de Mercúrio no fogo fixo de Leão


Com a passagem de Mercúrio de Caranguejo para Leão, vemos uma mudança energética na expressão comunicativa de uma energia Yin (feminina e receptiva) para uma energia Yang (masculina e assertiva).


A comunicação torna-se então mais expressiva e dramática com esta influência, manifestando-se numa maior confiança presente nas nossas conversas. Estaremos mais desejosos de partilhar o nosso Eu mais autêntico e mais capazes de articular as nossas ideias de forma mais persuasiva.


Teremos aqui uma janela de oportunidade para brilharmos nas nossas relações, nas histórias que contamos e nas aventuras que iniciamos, encarando as narrativas que contamos a nós mesmos.


Leão vive do Coração e a intensidade emocional que lhe é característica é reflexo da Paixão que sente por aquilo que o faz vibrar.


Se não estiver seguro na sua soberania pessoal, pode facilmente cair na tendência de guardar certas emoções, por orgulho ou por medo de ser mostrar como fraco, o que leva depois a explosões dramáticas dessas emoções intensas. Mercúrio rege a nossa mente analítica e no signo de Leão, tende a levar tudo mais pessoalmente e pode cair num remoer de padrões mentais.




Trânsito de Mercúrio por Leão


Este trânsito oferece-nos a habilidade de nos alinharmos com a nossa voz, com a mensagem que defendemos ardentemente e de ocuparmos o palco que melhor nos permite Brilhar naquilo que somos.

Com Mercúrio a percorrer Leão, e os aspetos que fará ao Sol, Lua, Marte e Chiron, vamos ter ajuda para comunicar com confiança a nossa verdade, para expressar criativamente a nossa essência e para equilibrar conscientemente o Orgulho vs Humildade.



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No seu ingresso em Leão, Mercúrio fez uma inconjunção à Lua no 1º de Peixes. A inconjunção representa uma dinâmica entre dois arquétipos que são tão incompatíveis entre si, que lhes é naturalmente impossível conseguirem ouvir-se sem ajuda.


Diferente de uma oposição, que reflete uma diferença naturalmente complementar onde o equilíbrio acontecer ao eliminar extremismos, uma inconjunção fala-nos de uma crise de compatibilidade refletida a nível interno em sentimentos de incompetência, ou refletida em bloqueios externos que nos pedem para refletir no modo como nos impomos no meio social.


No caso de Mercúrio em Leão nesta relação com a Lua Minguante em Peixes, enquanto Mercúrio se opõe simultaneamente a Saturno (rx em Capricórnio), encontramos um cenário que nos mostra as limitações sociais no que respeita à nossa Inspiração Pessoal (Leão) e ao nosso Sonho Coletivo (Peixes) de uma realidade onde a Paz é a força energética que nos move em conjunto — a Utopia Humana.


Este aspeto fala-nos da importância de perceber o que o meio exterior precisa de nós, do potencial de cura Coletiva (Peixes) que existe na nossa expressão Individual (Leão) e das falhas e julgamentos do sistema social em vigor (Capricórnio) que desprezam as nossas necessidades (semi-sextil a Vénus) mais humanas, e que precisam de ser Denunciadas se quisermos chegar a algum sítio melhor (semi-sextil ao Nodo Norte em Gémeos).


Isto não significa que todos tenhamos de nos tornar ativistas nos grande ecrãs — a grande maioria das vitória humanas não aparecem na televisão ou nos jornais — porque cada um está no seu caminho e cada um tem a sua missão em concordância com aquilo que se propôs experienciar nesta vida.


E não existem missões mais importantes que outras, não existem lutas mais galardoadas que outras — a missão pessoal de cada um em assumir o seu Papel Individual na sua vida diária tem o mesmo Valor na sua contribuição coletiva.


Li algures um dia que uma pessoa tanto se afoga num tanque com um metro de profundidade como numa piscina olímpica, ou num oceano. É escusado e até contra-producente compararmos as nossas lutas e vitórias pessoais com as dos outros, porque no final do dia cada um de nós é um Universo inteiro.


Por exemplo, para alguns homens pode ser uma maior vitória conseguir dizer ao seu pai que o ama e que o perdoa, do que dizer ao patrão para se lixar porque não aceita fazer horas extraordinárias não remuneradas.


Para algumas mulheres, pode ser uma maior vitória entregar-se em vulnerabilidade às sensações do seu corpo, curando traumas sexuais antigos, do que construir uma carreira profissional de alto gabarito.


Para alguns jovens pode ser bem mais desafiante dar um murro na mesa e denunciar dinâmicas abusivas entre os pais, do que sair à rua de cartazes na mão a manifestar-se a favor do veganismo.


E é nesta compreensão que reside a tal Utopia — a total Compaixão pela Natureza Humana, livre das categorizações sociais que nos instigam a competir entre nós e a destruir para prevalecer.


A proeminente astróloga Liz Greene escreveu um dia aquilo que entendo como uma descrição certeira deste momento — no final do dia, é o indivíduo que dá expressão aos mitos e visões coletivas, e a sociedade é em última instância um conglomerado de indivíduos, não uma entidade abstracta com uma existência própria. Os planetas coletivos são transpessoais, ou seja, manifestam-se para além da esfera pessoal. No entanto, eles revelam-se e actuam através da psicologia individual, ou seja, através de mim e de ti. Assim, sinto que se alguém se preocupa genuinamente com assuntos do Bem e do Mal no mundo, então essa pessoa terá de se deparar e lidar com esses assuntos dentro de si próprio. Esse é o único sítio onde qualquer esperança de resolução pode ser encontrada.


Que este período nos dê a Coragem para Denunciar na nossa esfera pessoal aquilo que contribui para a asfixia Coletiva.


Que consigamos ocupar o espaço a que temos direito por nascimento e expulsar do nosso "quintal" aqueles que não oferecem o respeito necessário que é a base de uma relação saudável, seja ela de que natureza for.


Que consigamos perceber que espaços ocupamos sem sermos convidados.


Que consigamos assumir as nossas cobardias e dizer não às dos outros.


Que consigamos desafiar os padrões mentais que nos diminuem.


Que consigamos decidir ser líderes das nossas vidas.


E capitães das nossas almas, como dizia William Ernest Henley.



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texto por Vanessa Assunção

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